segunda-feira, 28 de julho de 2008

15 - Coma mais comendo menos, cuidado com a gordura abdominal

Anteriormente falei do índice glicémico (IG) dos alimentos e do benefício de se escolherem alimentos de baixo IG. Contudo as coisas não são assim tão simples!

Apesar do IG poder ser um guia útil para escolher os alimentos, aferir com precisão o valor do IG de uma refeição não é de todo simples.

Há vários factores que afectam o IG de um mesmo alimento (quanto mais tempo o alimento é cozinhado ou mais fina fôr a moagem, mais elevado é o seu IG; à medida que a fruta amadurece, aumenta o seu IG; maçã crua versus cozida versus compota de maçã; etc. etc.) pelo que recentemente introduziu-se um novo sistema de medida, a Carga Glicémica.
Este conceito considera o facto da resposta glicémica do corpo depender do tipo e da quantidade de hidratos de carbono consumidos, sugerindo que as pessoas podem controlar a sua resposta glicémica consumindo alimentos de baixo IG e/ou restringindo a ingestão da quantidade de hidratos de carbono.
Infelizmente nenhum dos dois sistemas tem em consideração o conteúdo calórico e de gordura do alimento, o qual para um alimento de baixo IG como seja o amendoim é elevado.

Os HC - hidratos de carbono - são frequentemente classificados em "simples" ou "complexos" sendo complexos aqueles que libertam a sua energia lentamente - contribuindo para um nível estável de açúcar no sangue por um maior período de tempo - e simples os que a libertam rápidamente - causando os picos de energia, de açúcar no sangue.

Com o aumento da sedentariedade e a falta de actividade física que hoje se verifica na sociedade, esta divisão é importante para qualquer pessoa que queira olhar pela sua saúde e não apenas por aqueles/as que estejam a fazer um qualquer programa de controle de peso, na medida que a energia de libertação lenta ajuda a reduzir a fome e pode ajudar a evitar apetites por snacks ou bebidas de absorção rápida pouco saudáveis.

Alimentos de alto IG convertem-se rapidamente em açúcar podendo conduzir a alterações de humor e aumento de peso e de volume, consequência do aumento da percentagem da gordura corporal. O açúcar a mais no sangue, se não for "queimado" em actividade física, transforma-se em gordura, nunca em músculo.
A gordura, se bem que possa localizar-se em zonas geneticamente predispostas, fica sempre alguma, se não toda, na área abdominal representando um perigo para a saúde e vida do portador. A avaliação do perímetro abdominal é de maior importância que a que se lhe tem dado e nem sempre traduz o grau de obesidade da pessoa. Pessoas magras podem ter um perímetro abdominal de risco! - o perímetro da cintura abdominal deve ser inferior a 94 cm, nos homens, e a 80 cm, nas mulheres - Uma pessoa pode ter um Índice de Massa Corporal dentro dos valores normais mas ter um perímetro abdominal alterado. Uma adiposidade abdominal expressa em valores de circunferência de cintura acima destes valores, representa risco de aparecimento de complicações metabólicas crónicas, próximas e longínquas - segundo um estudo publicado pela revista Neurology, indivíduos com mais de 40 anos de idade com excesso de gordura abdominal possuem um elevado risco de sofrer demência a partir dos 70 anos ... se lá chegarem!

Para além de contribuir para o aumento de peso da pessoa, toda a gordura é um gerador de radicais livres, favorecendo o envelhecimento e o desenvolvimento das "oses".
A gordura da cintura abdominal envolve órgãos vitais - fígado, rins, pâncreas, próstata, ovários - dificultando o seu normal funcionamento, e tem uma composição diferente, particularmente a intra-abdominal, libertando substâncias que estão na génese de algumas doenças crónicas - hipertensão, colesterol elevado, doenças cardiovasculares - e outras degenerativas - diabetes, cancro.
Existe a gordura subcutânea e a gordura visceral ou intra-abdominal. A gordura subcutânea está directamente armazenada debaixo da pele e não representa risco cardiovascular. A ameaça à saúde colocada pela obesidade abdominal deve-se largamente à gordura intra-abdominal ou visceral (tecido adiposo) situada dentro da região abdominal e envolvendo os principais órgãos do corpo. O tecido adiposo intra-abdominal é reconhecido por interferir no metabolismo da glucose e causar níveis anormais de colesterol HDL e triglicéridos, mas também não deixa de não ser
responsável por outras patologias, incluindo as degenerativas.

Pela sua saúde, vigie o perímetro da sua cintura abdominal,
- use alimentos densos em nutrientes e equilibrados - fuja dos refinados;
- use alimentos de baixo IG e de libertação gradual - HC complexos;
- misture alimentos de IG elevado e baixo;
- fraccione a sua ingestão pelo dia;
- coma mais (vezes) comendo menos (quantidade).
- mexa-se, caminhe semanalmente em marcha moderada acima de 40 minutos (até 60 minutos) quantas as vezes que poder, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 vezes por semana.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostei...Parabens!


Carla

http://www.arte-e-ponto.blogspot.com