sábado, 2 de junho de 2007

Higiene Biosófica

Sou do tempo que palavras e termos como "dietista", "nutricionista", "psicólogo", "sexólogo" eram tamanha novidade no meu país que quem se afirmasse de tal era no mínimo considerado "fora do normal" e frequentemente posto à margem. Mesmo no meio académico se desconsiderava(m) o(s) termo(s) e o profissional. Hoje estes profissionais podem ser licenciados, doutores e mestres. Ainda bem, mas o tempo corre e nem sempre a pequenez da cultura de um povo inculto abre o espírito ao futuro, continuando seu comportamento a reger-se pelas ondas das vagas das "modas".

Pessoalmente, rumando contra mares e marés, alicercei sempre meu trabalho na nutrição e psicologia, conjugando-as com êxito a outras disciplinas aplicadas a cada caso numa perspectiva da medicina humanizada (outro termo que me foi bem caro).
Hoje sobrevalorizam-se, quase se endeusam, nutricionistas e psicólogos, quiçá a fazer jus a um slogan entretanto posto a circular: "se os médicos de hoje não souberem de nutrição, então os nutricionistas serão os médicos do futuro". Olha a novidade! Já Hipócrates (460 - 377 a.C.) dissera: "que o teu alimento seja a tua medicina".

Não fosse a grave "pandemia" de excesso de peso mundial (estão-se esquecendo outras inúmeras situações de risco), tinha gosto em brincar com as vagas das modas.
Infelizmente estas acontecem por mera razão de especulação comercial e a vítima é o homem, o ambiente e a natureza!
Nem sempre o exercício médico é tido como ciência e arte. Os que fazem ciência são "doutores"; os que fazem arte são "adivinhos", "bruxos", etc.. Nenhum assume a função de "EDUCADOR"!

Pois bem, enquanto a medicina não for tida com uma actividade educativa, ela é especulativa e visa apenas o lucro com a doença (a indústria da doença é mais lucrativa e tem maior expressão económica que a indústria da saúde). Aí, os nutricionistas que educam levam a melhor sobre os médicos porque um corpo bem nutrido mais dificilmente adoece. Mas a vida humana não se fica apenas pela alimentação e nutrição. Há muitos outros aspectos a tomar em consideração e, se não houver uma mudança cultural, vamos ter a população a ser cuidada por um mar de "artistas sem formação científica" que só por sorte não prejudicam mais aceleradamente a saúde de cada um por razão da sua acção interventiva de efeito paliativo sobre os sintomas (reconhecimentos das capacidades cognitivas individuais) enquanto a verdadeira causa da doença se agrava a cada instante (falta de formação científica e académica).

O Homem é UM TODO que vale muito mais que a soma das diferentes partes. Dissecá-lo é um profundo erro, mais que a mais valia comercial. Continuar nos dias de hoje a exercer-se uma medicina dissecada é uma opção profissional que, enquanto houver "clientes" não deixa de ser uma boa opção. Já o recorrer a uma tal medicina revela uma ausência de discernimento e é um erro de falta esclarecimento que só uma sociedade parasita mantém.

A medicina que educa o Homem,
que O toma no Todo e repensa-O em função do natural e do meio sócio-cultural-laboral, devolvendo-lhe a integridade física, mental e psíquica, designa-se de HIGIENE BIOSÓFICA.
Os seus profissionais não são médicos nem terapeutas no sentido que estamos habituados a ter; são Educadores de Saúde - médicos e terapeutas, mas pedagogos. Procure-os!

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