domingo, 29 de junho de 2008

13 - O factor alimentar na saúde do homem

Um vector que pode identificar a sociedade actual é o CONHECIMENTO. Infelizmente, a EDUCAÇÃO ALIMENTAR não faz parte desse Conhecimento e menos ainda a Educação para a Saúde, para o Bem-estar e a Boa Forma. Com a sua inteligência (ir)racional, o homem deixa "essa preocupação" para os especialistas acabando por se tornar presa fácil do marketing alimentar, para quem a saúde nem sempre está presente nem em primeiro plano. Poderá ser que o volume das despesas com a doença obrigue governos e homem a tomarem o caminho certo, que Hipócrates já expressava em suas ideias cinco séculos a. c. – que o teu alimento seja o teu medicamento.

SAÚDE, BEM-ESTAR e BOA FORMA são 3 factores que influenciam a QUALIDADE DE VIDA DO HOMEM e do GRUPO onde este está inserido.
Hoje, o Homem é um elemento cada vez mais descartável pela sociedade; serve enquanto serve; desde que já não sirva, é bom que desapareça quanto antes – as políticas comunistas e as neo-liberais encarregam-se de eliminar os que já não produzem.
Incompreensível é o Homem não se dar conta dos factos – é besta e burro! Investe em tudo quanto é material, pouco ou nada em si, no Conhecimento, permitindo que o axioma de Hipócrates do séc. V a. c., ao não ser levado em consideração, se torne no axioma do século XXI: o teu alimento é a tua doença!!! Os actuais seguros de saúde são na verdade seguros de doença. As despesas justificam-se por se sofrer desta ou daquela doença, não porque alguém queira investir na saúde!!!; a menos que por detrás haja uma forte campanha de marketing a promover determinados comportamentos de moda social – hoje são os SPA's, amanhã poderão ser os tratamentos esotéricos, mas a Educação do Conhecimento nunca entra aí - VEJA-SE BEM ESTE CÍNICO ANACRONISMO SOCIAL.

Todavia esta situação pode mudar, e a mudança depende apenas de si, de mim, de cada um de nós.
Da mesma forma que, se queremos que o mundo mude, primeiro temos nós próprios que mudar, o Homem, se quer saúde, tem que mudar seus hábitos: o alimentar e o do conhecimento são apenas dois.
Hoje, porque é esse o propósito, vou falar-vos do Alimentar, deixando o do Conhecimento em levedo.

A ALIMENTAÇÃO PRECISA DE SER VARIADA, EM QUANTIDADE ADEQUADA E DE ACORDO COM A NATUREZA BIOLÓGICA DO HOMEM.

Se as duas primeiras premissas – variedade e quantidade - podem ser respondidas pelas REGRAS DA ALIMENTAÇÃO RACIONAL, já a terceira – de acordo com a natureza biológica do homem – precisa do conhecimento biológico das diferentes espécies animais – granívoras, carnívoras, herbívoras e omnívoras - e dos seus sistemas digestivos.
Feito o seu estudo e comparação, pode afirmar-se que a ALIMENTAÇÃO BIOLÓGICA DO HOMEM é constituída por 80% de produtos (directos) de origem vegetal – vegetais e frutos – e 20% de produtos (sub-produtos e directos) de origem animal.

Um outro factor a ter em consideração na alimentação é a sua concordância com o sujeito – onde vive, o que faz, seu estilo de vida – sabendo-se que os alimentos energéticos (hidratos de carbono e gorduras) são mais necessários ao trabalhador físico e em tempo frio, os alimentos plásticos (proteínas) são mais necessários em período de crescimento, na gestação e na terceira idade.

Tendo por base primária as percentagens da alimentação biológica (80% de produtos de origem vegetal e 20% de produtos de origem animal), pudemo-nos socorrer da PIRÂMIDE ALIMENTAR ou da velha RODA DE ALIMENTOS, na sua nova versão, para seleccionarmos as percentagens da variedade e a quantidade dos diferentes produtos a usar no dia-a-dia de cada uma das classes, que para melhor compreensão abaixo resumo:

- 28% de tubérculos, cereais e derivados (4 a 11 porções)
- 23% de produtos hortícolas (3 a 5 porções)
- 20% de fruta (3 a 5 porções)
- 18% de lacticínios (2 a 3 porções)
- 5% de leguminosas (1 a 2 porções)
- 4% de carne, pescado, ovos (1 a 4 porções)
- 1,6% de gorduras vegetais (0,4 porção)
- 0,4% de gorduras animais (0,1 porção)


As percentagens acima valem pela imagem da percepção das quantidades que se devem usar dos diferentes alimentos num período de 24 horas, do que nem sempre se tem uma exacta noção.
Desta percepção, e da consulta da Roda dos Alimentos e da Pirâmide Alimentar, fica-se com o conhecimento que a base da nossa alimentação são os açúcares – hidratos de carbono, ou carboidratos. Sobre o uso destes produtos alerto desde já para um outro artigo à cerca do teor de índice glicémico (IG) dos alimentos pelos seus efeitos na saúde do homem, sobrepeso, obesidade e controle de peso. Dentro do mesmo grupo de alimentos, devem usar-se os de menor IG.

De uma forma simples, a nova Roda dos Alimentos transmite as orientações para uma Alimentação Saudável, isto é, uma alimentação:

- Completa – comer alimentos de cada grupo e beber água diariamente;

- Equilibrada – comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado;

- Variada – comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

Cada um dos grupos apresenta funções e características nutricionais específicas, pelo que todos eles devem estar presentes na alimentação diária, não devendo ser substituídos entre si.

Dentro de cada grupo estão reunidos alimentos nutricionais semelhantes, podendo e devendo ser regularmente substituídos uns pelos outros de modo a assegurar a necessária variedade.

Como se utiliza?

Diariamente devem comer-se porções de todos os grupos de alimentos. O número de porções recomendado depende das necessidades energéticas individuais.

As crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores e os homens activos e os 3 rapazes adolescentes pelos limites superiores; a restante população deve orientar-se pelos valores intermédios.”

Uma porção de fruta corresponde a cerca de 160 g.


Resumindo:
1 – use ao longo do dia alimentos de todos os grupos alimentares, procurando usá-los nas proporções acima indicadas;
2 – evite incómodos digestivos, tenha presente a boa e a má combinação alimentar; evite de todo as fermentações alcoólicas que são imperceptíveis mas que destroem o fígado (cirrose hepática não alcoólica). Conheça a Tabela das Incompatibilidades Alimentares.
3 – evite as gorduras saturadas e fuja das trans;
4 – use alimentos ricos em factores essenciais – aminoácidos essenciais, ácidos gordos essenciais; hidratos de carbono complexos e de baixo IG;
5 –sempre que possível use alimentos integrais – cereais, sal, açúcar.

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