sábado, 24 de outubro de 2009

[alimentos úteis à saúde e ao bem-estar] - Espinafre

- Espinafre
Não confere a quem o consome a força sobre-humana que iluminava as aventuras do marinheiro Popeye e o seu uso é por vezes alvo de estéril discussão sem fundamento. Só razões organoléticas justificam a comum pouca apetência para o uso diário desta hortícola. Os benefícios são bem maiores que o mal que possa trazer, limitando-se este a um ou outro caso cujo organismo revela tendência à formação de oxalatos. Estes nem sempre se devem aos espinafres, que muitas das vezes nem sequer fazem parte da dieta da pessoa, e além do mais a situação é revertível com uma corrigida prescrição alimentar e, se necessária, nutracêutica.

A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo diário mínimo de 400 gramas desta hortícola para se usufruir dos seus efeitos terapêuticos. Contudo, os espinafres não pesam no estômago, já que em cada 100 gramas existem 93 g de água e apenas 16 a 20 calorias, o que os torna num precioso aliado das dietas de emagrecimento.
O espinafre é uma hortaliça com um enorme valor fisiológico e nutritivo. Bastante rico em vitaminas (A, B1, B6, B9 [ácido fólico], C, E e K), minerais em forma de sais (ferro, potássio, enxofre, arsénico, cobre, iodo, magnésio, manganésio, cálcio e fósforo), oligoelementos, clorofila e fermentos, contém ainda quercitina (flavonóide com propriedades antioxidantes que conjugado com a vit E impede a foto-oxidação da membrana celular das células sanguíneas) e luteína (carotenóide com propriedades antioxidantes e de extremo valor para a pele e para os olhos, prevenindo as cataratas e a degeneração da mácula).
Os espinafres protegem e regulam o metabolismo, fortalecem o sistema imunitário, ajudam a prevenir certos tipos de cancro, reduzem o risco de obesidade, diabetes, patologias cardiovasculares, prisão de ventre, deficiências vitamínicas e sais minerais, sendo reconhecida a sua acção benéfica sobre o coração, nos nervos, no crescimento de novas células (alimento essencial à formação e crescimento do feto), na constituição do sangue, da massa óssea e desenvolvimento da dentição, não sendo exagero dizer que os espinafres têm mais benefícios do que muitos medicamentos.
São 3 os cuidados a ter no uso desta hortícola:
- para que não se percam seus elementos nutricionais, os espinafres devem ser usados tão próximo quanto possível ao momento da apanha e, quando cozinhados, deve aproveitar-se a água da cozedura (após 8 dias no frigorífico a temperatura pouco baixa, os espinafres perdem cerca de metade dos nutrientes, pelo que se deve reduzir a temperatura e o tempo de conservação);
- dada a sua riqueza em oxalatos, os espinafres devem ser cozinhados em separado ou então com cereais - arroz e outros -, evitando-se a sua preparação conjunta com alimentos ricos em ferro e cálcio por originarem subprodutos que o organismo humano não consegue decompor nem absorver. Aliás, o seu elevado valor em ácido oxálico pode contra-indicar o uso de espinafres por pessoas propensas a pedra nos rins e na bexiga (mas não são só os espinafres que contêm ácido oxálico; beterraba, germe de trigo, amendoim, chocolate, chá preto, batata doce, uva, aipo, pimentão, morango e fígado, são exemplo de outros alimentos ricos em oxalatos).
Evitam-se estes inconvenientes se usarmos as suas folhas em cru. No lugar de se cozinharem, podem-se adicionar algumas folhas cruas desta hortícola nas saladas. As folhas do espinafre, particularmente os renovos e as folhas tenras, podem-se comer em cru, juntas com outras verduras temperadas com um fio de azeite, cebola, alho e ervas de cheiro. Outro “truque” para se minimizar o “inconveniente” dos oxalatos e tirar o viço da folha, é escaldar as folhas antes de se cozinharem e usar-se então depois a água da cozedura sem maior risco.